Acho engraçadas as sensações estranhas que, às vezes, a vida acaba nos fazendo sentir.

Certa vez uma amiga chegou até mim e disse que precisava conversar, precisava desabafar, pois o fardo estava grande demais pra ela suportar. Dentre tantos assuntos, passamos por conversas sobre trabalho, sobre família - e a dela não era nada fácil - e sobre amor.

Ela sempre foi muito determinada e de gênio forte. Durante os anos de nossa amizade, poucas foram às vezes em que a vi chorando ou sofrendo por algum amor não correspondido ou até mesmo após algum fim de relacionamento.

Às vezes eu até gostaria de ser como ela!

We heart it

Dessa vez foi diferente. Logo ao começar a falar, notei que seus olhos encheram d'água e que sua voz estava um tanto quanto embargada. Tentou novamente. E outra vez. E eu naquela ânsia de saber, de fato, o que estava acontecendo, pedi que jogasse tudo o que lhe afligia para fora. De repente aquela mulher forte resumia-se em uma menina frágil. 

E ela, por fim, disse: é sempre ele que me deixa assim. É sempre ele que revira minha vida do avesso; que vem e que vai; que nunca liga na manhã seguinte. É sempre ele que me encontra, mas que sempre volta pra ela! 

Infelizmente não tenho o dom de saber o que fazer em momentos assim. As palavras certas passam a ser incertas, o abraço fica travado e meus olhos sempre ficam perdidos.

Ela continuou a dizer que estava cansada, pois quando estavam juntos nada era feito por ela como é feito pra atual. Tudo sempre era implorado!

Dentre tantas lamentações, a única coisa que pude fazer para que aquela situação diante de meus olhos cessasse e um riso surgisse, foi dizer:

-Amiga, isso é recalque! Mas fica tranquila porque sempre passa. Ah, se passa!