BC - O que aprendi com as perdas

10:30

Acredito nunca ter conseguido falar sobre isso aqui. Fato é que sempre associei perdas com mortes, o que nunca me fez muito bem.
A maturidade chegou pra mim e hoje vejo essa questão com uma amplitude muito maior e menos dolorida que antes. Aliás, hoje consigo falar sobre!
Não vou dizer que durante minha vida tive apenas uma perda. Assim como todo mundo, tive diversas - o que demorou a ser notado, confesso -, onde algumas foram mais complicadas de se superar do que outras. Sempre tem uma que marca como fogo em brasa, tornando-a mais difícil de aceitar e/ou esquecer.
Nossa vida é como uma estrada onde, a cada vez que avançamos adiante, muitas coisas chegam e muitas são deixadas. É um ciclo que não pode ser mudado, é algo inevitável.

Sempre fui adepta a ter a casa cheia de bichinhos de estimação. O tempo passa, a gente tem nossa louca rotina e quando notamos, aqueles companheiros já se foram. Se foram para que a gente consiga refletir sobre a vida e desacelerar um pouco pra analisar o pouco tempo que eles tem com a gente e a alegria que nos proporcionam. Assim como a tristeza que causam devido à sua partida.
Com a minha Tequila foi assim. Ela tinha uma luz que guiava meus dias. Era tão traquina que eu sequer conseguia ficar realmente brava com suas artes. Ela se foi e me fez ver o quão importar é valorizar as pequenas coisas.

We heart it - não localizei o devido autor
Outras situações são mais difíceis de lidar. Não é nada fácil ter alguém com você e de repente não tê-la mais. É uma sensação estranha querer perguntar como a pessoa está, mas saber que não há forma disso acontecer. É muitas vezes torturante parar para questionar devidas situações.
Hoje já não me questiono tanto o fato de não ter ao meu lado aquele com que vivi incontáveis momentos maravilhosos. Confesso que algumas vezes me vejo dentro de um sufocante casulo chamado saudade, mas é como se ele viesse me confortar e aí fica tudo bem.

Perdas nem sempre são como as que citei acima, na maioria das vezes elas são opcionais.
Eu, por exemplo, de uns tempos pra cá me tornei melhor amiga da seletividade, o que me fez perder diversas pessoas e momentos. Me vi com uma necessidade de me livrar de tudo e todos que não me acrescentavam algo de verdade.
Eu, que sempre fui rodeada de supostos amigos, que sempre tinha uma agenda lotada aos finais de semana, me vi sendo esmagada por uma rotina que não era e nunca foi o que eu almejava.
No auge dos meus 25 anos, procuro momentos que realmente irão me acrescentar boas risadas e histórias pra contar pros meus netos. Assim como prefiro a qualidade de poucos amigos, do que a quantidade de pessoas me cercando e me sugando. Ou ainda uma amizade sem a reciprocidade necessária.

Lidar com perdas - seja ela opcional ou não - nunca é realmente fácil. Mas torna-se algo menos complicado quando passamos a notar o quão leve e breve a vida é.


*Este post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelo grupo do facebook Blogs que Interagem 

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10 comentários

  1. Oi, Laura! Tudo bem? Eu concordo com vocês, perdas são difíceis de lidar, mas sendo opcionais ou não, elas vão acontecer, então a melhor maneira é se concentrar naquilo que você pode aprender através delas. Quando li o título, a primeira coisa que pensei foram em mortes, mas perdas são muito mais que isso né? Estou passando por uma fase parecida e também acredito que o melhor modo de ter uma vida saudável e feliz, é ter por perto pessoas que nos fazem dar risadas verdadeiras e que nos amem, assim como nós as amamos. É o principal.

    Um beijo, fica com Deus!
    www.meianoiteequinze.com.br
    www.youtube.com/ferzucolotto

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    1. Fernanda, quando comecei a escrever o texto, confesso que a ideia principal era falar sobre mortes. Há 15 dias eu estava passando por um momento delicado na família, por isso esse sentimento bateu. Mas sabe, esse tipo de perda é algo natural da vida, é inevitável. A gente sofre porque tem a esperança de que não aconteça.

      Já as perdas opcionais, como o próprio nome diz, acontece como uma forma de livramento em nossas vidas, tornando-a mais leve na maioria das vezes.

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  2. Adorei! Estou passando por um momento de perda e aceitação. É muito difícil, mas uma hora a gente aceita.

    Obrigada pelo texto! Sucesso!

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    1. Marisa, espero que esse momento passe rapidamente pra você. Independente do que seja, saiba que tudo na vida acontece com um propósito e um ensinamento.

      beijos

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  3. Está ai um tema difícil de ser falado, pelo menos pra mim, ainda sou nova e penso nas perdas que virão não consigo nem imaginar, ótimo post e blog. Retribuindo seu carinho lá no meu cantinho.

    Visite: www.carpediemmica.blogspot.com.br

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    1. Micaeli, a gente sempre deseja que nunca mais aconteça, mas a nossa jornada é tão longa e a gente precisa aprender tanta coisa durante ela, que acabamos nos decepcionando quando acontece de novo...e de novo...
      beijos

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  4. Ai, esse post veio na hora certa. E ao mesmo tempo,quero me desabar em lágrimas.
    Minha última perda, por assim dizer, veio com o fim do namoro :( E tem sido dificil!
    www.camilakellen.com

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    1. Camila, todo fim é delicado. Saiba que, por mais difícil que esteja sendo, o "luto" é necessário (mesmo quando a perda não está relacionada à morte, o primeiro momento após o ocorrido é também chamado de luto). Use esse tempo para refletir sobre os erros e acertos, para se curtir, para analisar a sua vida como um todo.

      beijos e fica bem :D

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  5. Ta certa, gostei do texto.
    Eu também prefiro qualidade de poucos amigos e momentos que eu possa dar boas risadas e contar para os meus netos.
    Beijos!

    Blog Pam Lepletier

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    1. Pam, de que vale muitos amigos pra sair e poucos que realmente podemos contar, não é mesmo?

      beijos

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