Muitas vezes passamos dia após dias com palavras presas na garganta. Palavras essas que podem ser de bom tom ou não, especiais ou nem tanto, pra alguém importante ou pra quem você quer que saia da sua vida.

Em toda a minha vida e com toda essa idade que meu RG acaba dedurado, deixei muitas coisas mal ditas ou não ditas.

Sabe, MÃE, quando eu era mais nova, sempre quis dizer a você sobre meus amores e desamores. Deixei passar por imaturidade e até por rebeldia. Quis te falar que saias não eram nada confortáveis pra mim, mas que bermudas estilo surfista me faziam imensamente feliz.

O tempo corre na velocidade da luz e é aí que tudo deixa de ser dito!

Nunca te disse, mãe, que embora a gente tenha DNA diferente, parte do seu faz parte de mim e me orgulho disso. Que se fosse preciso daria minha vida pela sua em qualquer situação. Lutaria contra tudo que aflige seu coração e não deixaria que nenhum momento infeliz surgisse em sua vida.

Depois que a gente cresce a coisa fica meio estranha. E com essa esquisitice toda, acabo me perdendo em meio à correria do dia-a-dia e atropelando as mais sábias palavras: eu te amo!

Amo, mãe! Amo a ti com a mesma intensidade de uma noite de lua cheia; com a força que as ondas do mar batem na costeira; com todo o sentimento bom que ainda, em algum lugar, existe no mundo. Amo e embora a gente muitas vezes se desentenda, saibas que é por sermos um tanto quanto iguais – geniosas, mimadas e sensíveis.
Sabe, embora eu viva rodeadas de amigos, saibas que em Ti vejo a melhor e mais verdadeira forma de amizade! Somente você, mãe, sabes dizer na hora exata as palavras certas (mesmo que muitas vezes não seja exatamente aquilo que quero ouvir). Em meio a tantos conselhos e abraços, foi você que me ensinou verdadeiramente quem sou e como sou.

Nunca te disse, mãe, mas queria que soubesse que todas as noites ao me deitar, peço baixinho ao Papai do Céu para que ele seja cuidadoso com o tempo, com as lições da vida, mas que se descuide por um momento e te faça eterna com seus abraços calorosos e protetores, com seus puxões de orelha necessários pra se aprender a viver e com seu amor incondicional dedicado a mim e a nossa família.

É, mãe, infelizmente ainda não encontrei palavras que consigam decifrar o ritmo que meu coração bate quando se trata do maior sentimento que tem aqui dentro: você!